Frase para refletir:
“No natal você pode! É natal e no natal se pode amar um pouco mais,
É natal e no natal se pode fazer um pouco mais, Por nós. No natal você pode!” (Tradução do trecho de uma canção natalina italiana: “A Natale puoi”).
É natal e no natal se pode fazer um pouco mais, Por nós. No natal você pode!” (Tradução do trecho de uma canção natalina italiana: “A Natale puoi”).
Quando é tempo de Natal é comum
ouvir a famosa crítica de que se trata de uma festa hipócrita, pois durante
todo o ano as pessoas se maltratam, se esquecem, se magoam, se ferem
impiedosamente, para no dia da festa se presentearem, se abraçarem, se beijarem,
e no dia seguinte continuarem como eram antes do Natal. Dizem, também, que é
uma festa que ignora a maldade das pessoas para na noite natalina perdoarem
aqueles que durante o ano só viveram para fazer o mal à sociedade e ao mundo.
Enfim, viveram para tornar infeliz o outro. Natal, assim, seria celebração onde
se tenta fechar os olhos para a realidade, para adocicar as coisas, tapar o sol
com a peneira e fingir que tudo está bem, quando na verdade não está.
Celebrar o Natal seria, então,
abençoar tais pessoas e seu comportamento corrupto e corruptor. Às vezes,
parece que quem assim pensa está por cima da humanidade, julgando como ser
perfeito e imaculado. Não percebem que possuem, também, suas sombras e que, na
maioria das vezes, projetam essa sombra sobre o natal e sobre os pecadores e
corruptos do mundo e da sociedade. São incapazes de perceberem o ódio que
portam na própria alma, a ponto de querer sempre a ruína de quem pratica o mal.
Veem-se possuidores do bem e do mal ou acima dele, a ponto de tecer juízo e
sentença sobre os malfeitores sem se darem conta de que estão apenas
sentenciando a si mesmos. Possuidores de uma sombra tão impiedosa sobre a
humanidade são dignos de compaixão maior, pois entende a natureza humana e o
mundo natural numa estreiteza sem limites.
O Natal cristão proclama que
nesta data se pode amar um pouco mais como convite a ver para além da
estreiteza de um coração fechado, impiedoso, e de uma visão natural que
dogmatiza o natural como última palavra da vida e das relações. O Natal é
convite para, sem deixar de ser natureza, ir para além dela. Por essa razão, no
Natal se pode fazer um pouco mais. Mais do que costumamos fazer, depois que
fizemos de tudo que achávamos que podíamos e sabíamos. Fazer um pouco mais pelo
simples fato de que podemos fazer, se quisermos. Amar mais e fazer mais no
Natal não é deixar para a última hora o que não se fez o ano inteiro. É tomar
essa data como um ponto de partida para começar e recomeçar algo novo que até
então não tínhamos coragem de fazer. Dizer o que não tínhamos coragem de dizer
por medo, orgulho ou vergonha. Fazer o que a pressa, a mesquinharia, o
preconceito, o egoísmo, e as constantes justificativas nos impediam de fazer.
Desejar o bem que a inveja, o ciúme e a soberba não permitiam realizar.
No Natal se pode um pouco mais
de tudo. Se pode mais de qualquer intenção ou obra, se ela leva ao bem próprio
e alheio. O Natal é um início. Início enquanto nascimento. Natal é nascer para
crescer, amadurecer e se plenificar naquilo que nasceu. Jamais é ato hipócrita,
pois até o ato de hipocrisia tem no Natal o seu lugar, ou seja, o de se
apresentar para tentar ser real e verdadeiro. Um abraço hipócrita pode ser
chance de um abraço, ainda que falso. Tudo bem, é um começo para se chegar a
ser sincero. É exercício para chegar lá um dia, quem sabe. O pior é ficar
pensando que por ser hipócrita nem será dado. Tal atitude tranca a iniciativa.
É cômoda e não evolui para se tornar melhor. No Natal se pode mais. Podemos nos
alegrar mais, perdoar mais, brincar mais, compreender mais, acolher mais,
ajudar mais, nos comprometer mais, abraçar mais, esquecer mais, lembrar mais,
ceder mais, amar mais, viver mais. Mas, podemos mais se nos dispormos mais.
Nesse mais está o segredo do que somos e do que podemos ser como seres humanos,
mas, também, como seres divinizados pelo Criador. Na redescoberta desta verdade
é que está o sentido de nosso Natal.
Fonte: Meditação Diária
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