sábado, 3 de março de 2018

JOIAS DO ALTO MAR

 
 
Sempre atento às coisas bonitas, notei um caquinho de vidro na areia da praia. Liso e polido, o pedaço de vidro comum parece precioso, digno de ser exibido em um belo sino de felicidade, em um pingente ou algo assim. O oceano faz o mesmo com a madeira. Um galho qualquer, polido ao sabor das ondas, pode ser transformado em uma peça de mobiliário, uma obra de arte das mãos de um designer habilidoso. Cada pedaço de madeira ou vidro amaciado pela areia e pela água é ímpar, desejado por colecionadores e comerciantes.
 
A natureza oferece muitos exemplos de circunstâncias difíceis que transformam o que tem pouco valor ou beleza em algo extraor­dinário precioso, como a pérola, o diamante e a madeira das árvores que crescem sob os rigores do frio e dos ventos nos topos das montanhas. Até mesmo a árvore de bordo precisa dos invernos longos e rigorosos para ter seiva suficiente para a produção do seu xarope, o maple syrup, grandemente apreciado na América do Norte. Você também encontra muitos exem­plos de circunstâncias difíceis que produzem pessoas extraordinárias, solidárias, sábias, cheias de esperança, alegria, paciência, abnegação e outras qualidades admiráveis.
 
Entretanto, o lugar onde essas qualidades são produzidas nem sempre é bonito. Na verdade, fazemos de tudo para não irmos lá.
 
Nunca passei por nada extrema­mente traumático. Não me falta nenhuma parte do corpo, nunca vi ninguém levar um tiro nem morrer em meus braços, mas houve muitas ocasiões em que Deus me levou para esse lugar de provações por outros meios, tais como erros graves e desconcertantes, mudanças das quais não gostei, relacionamentos pessoais que terminaram, problemas de saúde e outras coisas que tiveram na minha vida o efeito que as ondas do mar produzem em um caco de vidro.
 
A primeira vez que encontrei pedaços lisinhos de vidro em uma praia, fiquei muito empolgaoa. Tive muitas ideias sobre o que faria com aqueles tesouros. E para me certificar de que nunca me faltariam lindos exemplares de vidro como aquele, resolvi fabricá-los. Rapidamente, encontrei alguns cacos de diferentes cores (marrom, verde claro, verde escuro, incolor e até um azul claro), coloquei aqueles meus futuros tesouros em uma piscina de água e areia localizada em uma rocha onde as ondas batiam constantemente e esperei para ver o que aconteceria.
 
Quando voltei ao local, poucas semanas depois, não fiquei nada impressionado com os resultados. Os pedaços de vidro ainda estavam ali, obviamente um pouco polidos, mas não lisinhos. Ainda não estavam bonitos.
 
É preciso paciência. Leva tempo para um vidro ficar lisinho, um grão de areia se tornar uma pérola, um pedaço de carvão virar diamante, e para você e eu desenvolvermos a ternura e humildade pelas quais Cristo é conhecido.
 
Na próxima vez em que você sentir que está sendo esmagado por uma onda enorme, independen­temente do que seja essa “onda”, pense nos efeitos que a experiência produzirá em você. Você aprenderá paciência, perseverança e empatia. Experiências assim mostram que Deus é o único que não nos decep­ciona. Elas nos ensinam a cultivar uma paz que não depende das circunstâncias. Seja o que for que a adversidade ensine, você poderá se tornar mais feliz e terá mais paz como resultado.
 
“Também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência. A paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança.” E por mais que eu não goste de dificuldades, tenho de concordar com Paulo nesse ponto. Sei que cada onda que me acertou me mudou um pouco para melhor.
 
 
Romanos 8:31 – Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
 
Romanos 12:12 – Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.
 
2 Coríntios 12:9 – Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.
Fonte :Devoções Diárias