quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A ALEGRIA DO NATAL


Frase para  
                     Refletir:                             

E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Evangelho de Lucas, 2:  
 

 
 

Uma grande alegria que será para todo o povo: o nascimento do Salvador, que é Cristo, o Senhor. No Natal, celebra-se essa alegria que nos visitou. Os que se abrem a esse anúncio do anjo conhecem o teor, a profundidade, a largura, e a grandeza dessa alegria. Mas, se um tal anúncio é para todo o povo não só daquela época, e sim para todos os povos de todas as épocas, o que aconteceu com a nossa alegria? O que aconteceu conosco que já não nos sentimos alegres pelo dia do nascimento de Cristo? Talvez tenhamos deixado há muitas léguas de distância o significado real desse nascimento, ou o que ele representa para toda a humanidade.

O seu significado não é só para os cristãos que creem e celebram devotamente esse nascimento, mas diz respeito a cada homem, mulher, velho, criança, jovem ou, com outras palavras, a toda humana criatura que veio, vem e virá a esse mundo. Diz respeito a toda humanidade. Trata-se do Deus que se fez humano para nos divinizar, isto é, nos tornar semelhantes a Ele na imagem de seu Filho. Em Jesus reaprendemos o que significa ser humano e ser divinizados. Ser divinizados no humano e ser humanizados no divino, sem receio de cairmos em blasfêmia ou idolatria. A humanidade que havíamos perdido desde a queda de Adão é restaurada em Jesus. Nele, por Ele, e para Ele. Nossa alegria é a de entrar nesse Mistério e compreendê-lo vivo, acontecendo em nós mesmos. E, nessa perspectiva, celebrar não apenas o nascimento de Cristo, mas o nosso próprio nascimento como criaturas amadas de Deus e reconciliadas com Ele por meio do nascimento de Cristo.

Eis a nossa Salvação, o fato de que Nele e por Ele nós fomos finalmente redimidos na nossa condição de filhos quando ainda éramos pecadores. A alegria que se celebra no Natal é a desse encontro em Cristo e com Cristo, unindo o céu e terra, o Homem e Deus. Somos o fruto e a graça desse encontro único e eterno que se tornou possível dentro das nossas impossibilidades. Trata-se da alegria de termos sido encontrados e de podermos participar de uma vida nova resultante dessa dádiva celeste. Eis, porque, não se trata de uma alegria mundana, psicológica, sentimental, ou que tenha origem em nós mesmos, mas vem do fato de termos sidos amados por primeiro, e de que o amor veio ao nosso encontro nos amar e nos ensinar a amar para sermos, de fato, felizes. Pois não existe felicidade e nem alegria fora do amor. É essa alegria que nos eleva acima de todas as outras alegrias que já experimentamos.

Isto é, das alegrias vindas de nossa natureza e de nossas iniciativas. Embora sejam alegrias boas e gostosas de serem vividas, elas não nos preenchem no sentido mais profundo e radical da vida. A alegria do natal tem sua origem no Deus encarnado (Jesus alegria dos homens – Bach) e que realmente nos envolve; nos realiza e nos enche por completo. No natal damos abrigo e passagem a essa alegria em nós, na criação, e no mundo inteiro ao celebrar o aniversário de Cristo. A tristeza, a depressão, o azedume, o ressentimento, e o amargor, que toma conta de tantos nessa época vem do esquecimento e do distanciamento dessa alegria originária. Talvez, por essa razão é que o natal de Cristo se desfigurou para a compreensão de tantos outros natais que se celebra, mas que não traz significação para a pessoa, para a família, para a Sociedade, para o mundo e o universo inteiro. São festejos, não celebrações.

Festejos como se festeja a passagem de um cometa que encanta os olhares enquanto passa, mas que no momento ou dia seguinte é esquecido até seu provável retorno, sabe-se lá quando. Por se tratar de uma alegria dada a todos os homens e mulheres de todos os tempos, possamos sentir o toque desse anúncio do anjo sendo dirigido pessoalmente a cada um de nós, e celebrar animados esse nascimento como o início de uma alegria nova que nos toma por inteiro e nos conduz na jovialidade de ser por onde quer que passemos, seja pelo que for que passemos, e seja onde for que estejamos. Pode estar aí o sentido da frase e do convite de Paulo quando exorta, de modo particular, a Comunidade de Filipos dizendo: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! (Filipenses 4,4)

Fonte: Meditação Diária