Frase para
Refletir:
“E o anjo
lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que
será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que
é Cristo, o Senhor” (Evangelho de Lucas, 2:
Uma grande alegria que será para todo o povo: o
nascimento do Salvador, que é Cristo, o Senhor. No Natal, celebra-se essa
alegria que nos visitou. Os que se abrem a esse anúncio do anjo conhecem o
teor, a profundidade, a largura, e a grandeza dessa alegria. Mas, se um tal
anúncio é para todo o povo não só daquela época, e sim para todos os povos de
todas as épocas, o que aconteceu com a nossa alegria? O que aconteceu conosco
que já não nos sentimos alegres pelo dia do nascimento de Cristo? Talvez
tenhamos deixado há muitas léguas de distância o significado real desse
nascimento, ou o que ele representa para toda a humanidade.
O seu significado não é só para os cristãos que
creem e celebram devotamente esse nascimento, mas diz respeito a cada homem,
mulher, velho, criança, jovem ou, com outras palavras, a toda humana criatura
que veio, vem e virá a esse mundo. Diz respeito a toda humanidade. Trata-se do
Deus que se fez humano para nos divinizar, isto é, nos tornar semelhantes a Ele
na imagem de seu Filho. Em Jesus reaprendemos o que significa ser humano e ser
divinizados. Ser divinizados no humano e ser humanizados no divino, sem receio
de cairmos em blasfêmia ou idolatria. A humanidade que havíamos perdido desde a
queda de Adão é restaurada em Jesus. Nele, por Ele, e para Ele. Nossa alegria é
a de entrar nesse Mistério e compreendê-lo vivo, acontecendo em nós mesmos. E,
nessa perspectiva, celebrar não apenas o nascimento de Cristo, mas o nosso
próprio nascimento como criaturas amadas de Deus e reconciliadas com Ele por
meio do nascimento de Cristo.
Eis a nossa Salvação, o fato de que Nele e por
Ele nós fomos finalmente redimidos na nossa condição de filhos quando ainda
éramos pecadores. A alegria que se celebra no Natal é a desse encontro em
Cristo e com Cristo, unindo o céu e terra, o Homem e Deus. Somos o fruto e a
graça desse encontro único e eterno que se tornou possível dentro das nossas
impossibilidades. Trata-se da alegria de termos sido encontrados e de podermos
participar de uma vida nova resultante dessa dádiva celeste. Eis, porque, não
se trata de uma alegria mundana, psicológica, sentimental, ou que tenha origem
em nós mesmos, mas vem do fato de termos sidos amados por primeiro, e de que o
amor veio ao nosso encontro nos amar e nos ensinar a amar para sermos, de fato,
felizes. Pois não existe felicidade e nem alegria fora do amor. É essa alegria
que nos eleva acima de todas as outras alegrias que já experimentamos.
Isto é, das alegrias vindas de nossa natureza e
de nossas iniciativas. Embora sejam alegrias boas e gostosas de serem vividas,
elas não nos preenchem no sentido mais profundo e radical da vida. A alegria do
natal tem sua origem no Deus encarnado (Jesus alegria dos homens – Bach) e que
realmente nos envolve; nos realiza e nos enche por completo. No natal damos
abrigo e passagem a essa alegria em nós, na criação, e no mundo inteiro ao
celebrar o aniversário de Cristo. A tristeza, a depressão, o azedume, o
ressentimento, e o amargor, que toma conta de tantos nessa época vem do
esquecimento e do distanciamento dessa alegria originária. Talvez, por essa
razão é que o natal de Cristo se desfigurou para a compreensão de tantos outros
natais que se celebra, mas que não traz significação para a pessoa, para a
família, para a Sociedade, para o mundo e o universo inteiro. São festejos, não
celebrações.
Festejos como se festeja a passagem de um cometa
que encanta os olhares enquanto passa, mas que no momento ou dia seguinte é
esquecido até seu provável retorno, sabe-se lá quando. Por se tratar de uma
alegria dada a todos os homens e mulheres de todos os tempos, possamos sentir o
toque desse anúncio do anjo sendo dirigido pessoalmente a cada um de nós, e
celebrar animados esse nascimento como o início de uma alegria nova que nos
toma por inteiro e nos conduz na jovialidade de ser por onde quer que passemos,
seja pelo que for que passemos, e seja onde for que estejamos. Pode estar aí o
sentido da frase e do convite de Paulo quando exorta, de modo particular, a
Comunidade de Filipos dizendo: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito:
alegrai-vos! (Filipenses 4,4)
Fonte: Meditação
Diária
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