Frase para refletir:
“Gloria a Deus nas alturas, e paz na terra aos
homens que ele ama” (Evangelho de Lucas 2,14).
Enquanto tantos se perdem na tentativa de descobrir a data
do nascimento de Jesus, e outros que insistem em afirmar que Ele nem existiu, e
que tudo que se falou e escreveu sobre Ele não passa de invenção e delírio de
homens e mulheres simples de um povo sofrido, outro tanto continua a celebrar o
25 de dezembro não só como seu nascimento, mas como a data de sua natividade no
seio da História, no mundo, na Igreja, nas famílias, nas mentes e nos corações.
Isso, porque natividade é bem mais do que nascimento apenas. Na natividade se
conta não um relato bibliográfico, mas um sentido de vida para a humanidade de
todas as épocas. São esses, portanto, que continuam a cantar com os mensageiros
celestes (anjos) o célebre hino de Louvor que em latim se diz “Gloria in
Excelsis Deo” (Glória a Deus nas alturas). Nesse hino se reconhece que a Glória
mais alta, mais valiosa, mais profunda e rica, é de Deus. Glória que está no
brilho e na luz do nascimento de seu Filho, no qual fomos reconciliados com
Ele. Nós que vivíamos no mistério da iniquidade que nos colocou desde Adão na
inimizade com Deus e com todas as criaturas.
Desde a queda o homem passou a buscar a sua própria glória.
Buscou-a na distância de Deus, e com isso iniciou o caminho do “pseudo-poder”
que criou as guerras; o empobrecimento essencial do ser humano, a fome, a
violência, a corrupção, o fundamentalismo religioso, a ganância, o fratricídio,
e toda sorte de miséria sobre a terra. Ao tentar roubar a glória de Deus para
si, o homem corrompeu a relação com tudo o que existe, inclusive consigo mesmo.
Em Jesus, no seu nascimento, a Glória é devolvida a Deus e no menino de Belém
brilha de novo o semblante, a Glória de Deus no homem. Nesse brilho o homem se
vê e revê novamente como filho de Deus e reencontra a paz. Essa paz se torna
desde então o marco de reconciliação entre Deus e os homens, entre o céu e a
terra e tudo o que existe nela.
Ao devolver a Glória que é de Deus, Deus é glorificado em
suas criaturas. Por sua vez, o homem reencontra sua essência como homem e se
torna portador, instrumento da paz que o invade pelo fato de redescobrir-se
amado eternamente por Deus. É essa experiência e consciência de sentir-se
eternamente amado por Deus que recoloca o homem na condição de filho de Deus e
o torna agente de paz neste mundo. Não a paz que ele tem, gera ou dá, mas a paz
que o possui, o abraça ternamente, o sustenta e move em toda a sua existência.
Essa paz não é um sentimento de serenidade e de equilíbrio total em meio aos
conflitos do mundo, mas um modo de ser no amor, por sentir-se amado e por amar
a partir desse amor com o qual se percebe amado.
Esse amor revelado na criança da manjedoura é que é a fonte
de paz para os homens na terra. Ou melhor, a paz na terra é gerada nos homens
pelo amor de Deus em seu filho Jesus. Nele é possível identificar o amor com
que Deus, o Pai, nos ama. O brilho, o encanto, a força, a presença deslumbrante
desse amor é que se chama Glória. Por isso que em Jesus, Deus é glorificado. E,
ao encarnar-se, Jesus nos deu a graça de com Ele e por Ele, participar dessa
Glória e, juntos com Ele, darmos glória a Deus Pai pelo seu imenso amor. Desta
forma, nascidos, regenerados, movidos e vivificados por esse amor, viver em paz
uns com os outros. No Natal, não nos perdemos em datas e discussões vãs sobre o
nascimento e a existência de Jesus. Nós apenas celebramos sua natividade e sua
encarnação como evento máximo da Glória de Deus. Celebramos com todos os que
reconhecem, acolhem vivem desse Mistério de amor. E acolhidos por esse Mistério
de amor nos abraçamos paz. Ou seja, no Natal, e a partir do Natal, há paz na
terra a todos os que Deus ama e que se sentem amados por Ele. E, porque todos
foram e são amados incondicionalmente por Ele é que podemos nos felicitar e
felicitar a todos com um feliz e abençoado Natal
Fonte : Meditação Diária
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