terça-feira, 19 de dezembro de 2017

A verdadeira figura do “Papai Noel”

 
 
 
Frase para refletir:
“Como é que “Papai Noel” não se esquece de ninguém. Seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem!” (Otávio Babo Filho, poeta e compositor brasileiro, 1915-2003).¨
 
 
 
  
A figura de “Papai Noel” durante séculos foi muito querida pelas crianças, e por pessoas que acreditavam no mito do bom velhinho que na noite de Natal sai distribuindo presentes na calada da noite.
 Com o advento da ciência, que procura desmistificar tudo o que para ela não se encaixa nos seus critérios de exatidão, esse mito foi ridicularizado. Exatidão entendida ao modo do só acredita vendo e apalpando. Nesse modo de calcular e padronizar realidades, como o legado do “Papai Noel” foi sendo cada vez mais colocado em descrédito, e sob o alvo da ironia dos adultos que, na sua descrença, repassam às novas gerações infantis como sendo algo mítico, prejudicial, irreal, e ilusório.
Mesmo dentro da religião, onde tal mito se consagrou, o velhinho é visto, hoje, como forte ameaça ao verdadeiro sentido do Natal. Entre as críticas feitas ao “Papai Noel” está a de que ele sempre vem (levando em conta o mito) e distribui seus presentes somente aos ricos e abastados, deixando a grande massa de necessitados a ver renas. Ainda mais, de que essa história de que não se esquece de ninguém é um delírio para os ingênuos (delírio religioso), pois mesmo aqueles que nele acreditam são ignorados no Natal. A polêmica é justa se “Papai Noel” for visualizado e entendido nessa imagem desgastada e errônea a respeito dele. Isso, porque o verdadeiro “Papai Noel” não é um homem, mas faz referencia ao próprio Deus na sua discrição e generosidade em fazer o bem aos bons e maus, justos e injustos, aos ricos e pobres, aos santos e pecadores.
O verdadeiro “Papai Noel” é sempre o Deus que solícito cuida e ama gratuita e generosamente todas as suas criaturas. Deus Pai que, na noite de natal, nos dá o maior dos presentes. Ele mesmo em seu Filho Jesus. Ele deu seu Filho a todos e para a Salvação de todos como o maior dos presentes. Esse é o maior gesto de generosidade que recebemos da parte Dele. E as pessoas que entenderam isso ao longo da história, sempre quiseram imitar essa generosidade de Deus Pai, procurando ser bom como Ele é bom. Generoso como Ele é generoso.
A figura histórica do primeiro “Papai Noel”, consagrado na figura de São Nicolau, arcebispo de Mira, na Turquia, no século IV, é o exemplo mais clássico dessa imitação. Ao mesmo tempo, durante milênios cada pessoa que procurou e procura imitar esse gesto da generosidade divina, lá onde está e vive, se torna, de certa forma, aqui na terra um “Papai Noel” para os demais, especialmente, para os que precisam mais. A noite de natal é um convite para cada pessoa lembrar-se desse gesto de Deus e tornar-se um “Papai Noel” para alguém, a partir desta fé e desta data. Dar de comer aos famintos, visitar um presidiário, acolher um mendigo, consolar um enfermo, repartir os bens com quem tem menos, perdoar uma pessoa em nome da misericórdia divina etc., tudo isso e muito mais são desafios a cada pessoa que crê em Deus a tornar-se “Papai Noel” para o próximo, indo sempre de novo, e a cada vez, ao encontro de quem precisa, seja rico ou seja pobre, e dando o presente de um bem que essa pessoa precisa, ou a própria presença, pois o maior presente é sempre a presença que ama, ajuda, consola, perdoa e assim por diante.
Nesse sentido, a figura de “Papai Noel” nos dias atuais pode ser um resgate do sentido maior do Natal, pois é através dessa figura e memória que podemos acordar e recordar em nós o espírito da graça e da caridade que está presente em Deus, e de forma particular, na Boa Nova do Evangelho anunciado a todos os Povos na noite de Natal. Quem sabe é por isso que as crianças ainda se encantam com a figura do bom velhinho, pois experimentam ao olhar para ele, e no que ele faz, o Mistério dessa bondade escondida discreta e humildemente até no gesto de doar uma balinha.
Quem sabe ao olhar para o bom velhinho, tão ridicularizado em suas fantasias natalinas, quase carnavalesca, nós, também, adultos, recuperemos em nosso espírito a inocência pueril que as crianças nos transmitem no trato com o “Papai Noel”, e que está longe do modo de ser da ciência cega e calculista, para sermos verdadeiros imitadores da graça e bondade de Deus, em meio a este mundo que se tornou por demais egoísta, injusto na distribuição dos bens, e insensível para com as necessidades alheias?
Fonte: Meditação Diária.


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