“Eu
sou o pão da vida” é uma das seis declarações de Jesus que começam com “Eu
sou”.
O
pão é considerado um alimento básico, tão básico que é usado como sinônimo de
comida em geral. Em algumas culturas, “dividir o pão” é compartilhar uma
refeição com alguém.
O
alimento é também essencial nos rituais da Páscoa Judaica, quando, como parte
da celebração de quando seus antepassados deixaram o Egito, os judeus devem
comer pães sem fermento por oito dias. No deserto, durante esse êxodo, Deus fez
chover “pão dos céus” para alimentar a nação.
Tudo
isso se conjuga na cena descrita em João 6. Jesus estava inutilmente tentando
se afastar das multidões. Numa dessas fugas, atravessou o Mar da Galileia, mas
em terra firme, encontrou uma multidão à sua espera. Depois de um tempo com
toda aquela gente, Jesus perguntou a Filipe o que ele e Seus outros discípulos
planejavam fazer para alimentar todo mundo que estava ali. A resposta do
discípulo denuncia sua “pequena fé”, pois ele explica que não têm dinheiro para
dar ao povo sequer o mínimo dos mínimos para comer. Então, aparece André
acompanhado de um rapaz que trazia cinco pães pequenos e dois peixes. Jesus
aceitou a modesta oferta com a qual, milagrosamente, alimentou toda a multidão
e ainda sobrou muita comida.
De
volta ao outro lado da Galileia com Seus discípulos, Jesus encontra milhares
das mesmas pessoas que alimentara no dia anterior, que O haviam seguido.
Desagradado, Jesus as acusa de não valorizarem Seus sinais milagrosos, mas
estarem ali atrás de boca-livre.
Em
João 6:27, Jesus aconselha: “Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela
comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará.
Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação.” Em outras palavras, estava
lhes dizendo para não ficarem preocupados demais com a comida, a ponto de não
perceberem que o Messias havia chegado. Então os judeus pedem que Jesus lhes dê
um sinal de Deus. … Argumentam que Deus dera maná aos seus antepassados quando
estes peregrinaram no deserto. Jesus lhes diz para pedirem pelo verdadeiro pão
do céu, o qual dá a vida. Quando Lhe pedem por esse pão, Jesus os choca com a
afirmação: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a Mim não terá fome, e quem
crê em Mim jamais terá sede.”
Sem
dúvida, a declaração foi extraordinária! Ao se equiparar ao pão, Jesus afirma
que é essencial à vida que, nesse caso, não é física, mas eterna. … Assim,
estabelece uma comparação contrastante entre o que Ele, o Messias, é e o pão
que lhes havia provido no dia anterior. Mostrou a diferença entre o pão físico,
que perece; e o espiritual, que produz a vida eterna.
A
chave para entender essa pregação pode ser encontrada em outra, popularmente
intitulada “Sermão da Montanha”, mais especificamente em Mateus 5:6: “Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” Ao garantir que
os que a Ele recorressem jamais teriam fome e os que nEle cressem nunca
sentiriam sede, afirmou que lhes aplacaria a necessidade de serem justificados
aos olhos de Deus. …
Segundo a Bíblia, “Deus pôs no coração do homem o anseio pela eternidade”. Lemos também nas Escrituras de que não há nada que possamos fazer para merecermos ir para o céu, porque todos pecamos e a única coisa que podemos auferir com nossos pecados é a morte.
Segundo a Bíblia, “Deus pôs no coração do homem o anseio pela eternidade”. Lemos também nas Escrituras de que não há nada que possamos fazer para merecermos ir para o céu, porque todos pecamos e a única coisa que podemos auferir com nossos pecados é a morte.
Ninguém
é, por si, justo. … Ao morrer crucificado, Cristo tomou sobre si os pecados da
humanidade, pagando por eles. Ao depositarmos nossa fé nEle, imputamos a Jesus
nossos pecados e somos revestidos pela Sua justiça. Jesus satisfaz nossa forme
e sede por justiça. Ele é o Pão da Vida.
Cristo
compara as necessidades do ser humano à fome e à sede. A fome é algo real. Quem
já a sentiu sabe que indica uma necessidade muito forte e que produz grande
mal-estar físico, além de efeitos emocionais, uma verdadeira angústia. E que
sofrimento neste mundo pode ser maior do que passar sede?
O
coração também tem sua fome e quase inconscientemente clama: “Quem me dera ser
amado e amar alguém, com um amor me preenchesse até transbordar.” Nossos
corações são glutões com respeito ao amor.
Buscam
aqui, ali, acolá e ficam extremamente desapontados, mas quando alguém descobre
ser amado por Jesus Cristo desde antes a fundação do mundo, as buscas se
encerram. O amor de Jesus elimina nossa fome por outros amores e preenche nossa
alma! Ele se torna o Noivo de nossos corações, o nosso Amado, e assim nos
despedimos das coisas mais comuns. — Charles Spurgeon (1834–1892), adaptação
Fonte: Devocional Diário
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