Na
aldeia da impunidade, todos os caciques da corrupção são muito talentosos. É
preciso muita habilidade para transitar nos meandros da desonestidade, da troca
de favores e da busca de vantagens indevidas. Mover-se neste mundo de
conveniência e deslealdade demanda esperteza e grande quantidade de energia.
Tais
caciques se comportam como os empregados da parábola dos talentos, cujo patrão
viajou para o estrangeiro, mas com uma diferença: desconsideram totalmente o
patrão e não levam em conta o seu retorno. Na aldeia da impunidade, se o patrão
designa Deus, muitos dos caciques até citam Seu Santo Nome, mas agem como se
Ele não existisse e se mantêm na direção oposta à de Sua Justiça. Faltam-lhes
comprometimento e empatia. A exemplo daquele que enterrou o talento,
enterram-se na lama de tramoias e negociatas das quais poucos saem ganhando e
quase todos no final perdem.
Trabalhar
na lógica do Reino também exige talento, aliado à capacidade de enxergar além
dos próprios interesses. Implica em perceber que as verdadeiras e duradouras
vantagens são aquelas em favor de todos, especialmente dos mais frágeis e que,
por motivos tão diversos e complexos quanto à natureza humana, sofrem as
agruras da vida. São os pobres, os crucificados de nosso tempo.
Neste
sentido, celebrar o Dia Mundial dos Pobres é, ao mesmo tempo, graça e
provocação. Graça porque, ao contemplarmos de coração aberto a pobreza da qual
o Senhor se investiu em Cristo, podemos mais uma vez perceber que, quanto mais
desapegados formos, mais felizes podemos ser. Provocação pelo fato de nos
recordar que a dura realidade de privação do básico que milhões de nossos
irmãos e irmãs enfrentam no mundo poderia ser transformada se todos soubéssemos
viver e conviver com maior atenção àqueles que passam necessidade, se
soubéssemos trabalhar com maior empenho e competência os talentos que o Senhor
coloca à nossa disposiçãoFont.e Meditação Diária
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