quinta-feira, 1 de junho de 2017

O TRIÂNGULO DAS BERMUDAS











Eu era um pouco resistente quando mais jovem, mas hoje reconheço a influência que a fé de meu pai teve em minha vida. Guardo no coração as memórias de, ao seu lado, ouvi-lo cantar hinos na igreja.
Minha família é de origem holandesa, de forma que as canções favoritas de meu pai eram em holandês. Depois de sair de casa para morar sozinho,
 uma dessas canções sempre me visitava a memória, especialmente quando me sentia desanimado ou preocupado.

 Vou incluir aqui uma tradução livre da letra:
Um barquinho sob os cuidados de Jesus
Com o emblema da cruz por bandeira.
Resgata a todos que precisam
Apesar das ondas altas e ameaçadoras
E das tempestades que assustam à noite
Temos o Filho de Deus a bordo
E Sua segurança nos consola.

A canção remete às memórias de uma aventura que vivi na infância:
Em 1953, meus pais decidiram migrar da Holanda para os Estados Unidos e cruzamos o Atlântico em um velho navio cargueiro adaptado para o transporte de passageiros.
Meus dois irmãos e eu adorávamos a emoção de viajar em uma embarcação tão grande a qual passávamos os dias explorando e fazendo amizade com todos os tripulantes.

Tinha apenas quatro anos, mas ainda lembro do  cheiro de diesel misturado com a brisa do mar, que para mim continua ligado à sensação de aventura que me tomou no dia que embarquei em Rotterdam.

Mas o que não fazíamos ideia era de quanta aventura nos esperava.

Depois de vários dias no mar, nosso navio foi pego em uma tempestade nas proximidades do Mar dos Sargaços, no centro do mal afamado Triângulo das Bermudas.
 A turbulência causada pelo mal tempo perturbou a camada flutuante de algas, que se emaranhou na hélice do navio.
 De repente, a embarcação deu uma guinada derrubando passageiros e mobília. Felizmente, ninguém da nossa família se feriu, mas, sem propulsão, nosso navio ficou a deriva no mar agitado.
Meu pai levou a mim e meus irmãos para a cabine e nos colocou na cama.
Hoje posso entender no que provavelmente estava pensando, ao ver sua jovem família pega naquelas águas traiçoeiras, onde tantos navios e vidas já se perderam. Em vez de ceder ao medo, orou conosco e cantou o hino do qual falei.
 Apesar de as ondas estarem nos jogando de um lado para o outro sem que coisa alguma pudesse ser feita para sairmos dali, não fiquei assustado.
Pela manhã, o mar havia recuperado a calma e a tripulação conseguiu contatar via rádio o porto mais próximo. Pouco depois, demos as boas-vindas ao rebocador que veio em nosso socorro e puxou nosso enorme mas indefeso cargueiro até Newport News, no estado americano da Virgínia, onde permaneceu por duas semanas para reparos.

Aos quatro anos, retive na memória alguns daqueles acontecimentos, como a guinada repentina do navio que me fez perder o equilíbrio e rolar para debaixo de um móvel que ali havia, mas me lembro em especial da sensação de segurança que tive quando meu pai orou e cantou com tanta confiança.
Ensinou-nos sua fé pelo seu exemplo de confiar em Deus independentemente das circunstâncias.
 Sempre que os problemas da vida parecem grandes e ameaçadores como as ondas do mar naquela tormenta, canto aquela canção, que sempre me dá coragem e me lembra da fé de meu pai em meio à tempestade.

A fé de uma criança
“Cristo tem amor por mim,
Pois a Bíblia diz assim”
Nada mais pede a criança,
Pois no amor têm esperança
E em seu olhar brilhante deveras
Vive a fé do todas as eras.
Mãos pequenas, cabelos bagunçados
Ao lado da cama ajoelhados
Eles se parecem mais com o Senhor
E cidadãos do Seu reino de amor
Do que nós, que buscamos descontentes
Respostas que agradem às nossas mentes.
Pois crer além da visibilidade
Requer fé de criança e simplicidade
Pois perdidos nas complexidades da vida
Tateamos cegos sem encontrar a saída
E a fé se esvai aos poucos
Enquanto acumulamos poder e tesouros.
Muito aprende, mas é pouco o saber
Raciocínio complicado é que lhe dá prazer
E no seu orgulho e presunção
Não consegue mais encontrar satisfação
Em depositar sua fé e amor
Com fé infantil em nosso Senhor.
Pai, conceda aos homens mais uma vez
A fé infantil com a qual os fez
E que confiando como uma criança,
Eles possam enfim entender
Que só a fé pode a alma salvar
E para mais perto de Deus o elevar.
—Helen Steiner Rice (1900–1981)
Provérbios 3:5 (NVI-PT)
Confie no Senhor de todo o seu coração
e não se apóie
em seu próprio entendimento;
Romanos 8:28 (NVI-PT)
Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Salmos 37:4-6 (NVI-PT)
Deleite-se no Senhor,
e ele atenderá aos desejos do seu coração.
Entregue o seu caminho ao Senhor;
confie nele, e ele agirá:
ele deixará claro como a alvorada
que você é justo,
e como o sol do meio-dia que você é inocente.

                Fonte: Devoções Diárias.

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